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O edifício da Delegação do Sotavento da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, em Tavira, encerra em si mesmo a memória da comunidade agrícola local e regional desde a primeira metade do século XX até aos nossos dias.

Herdeiro do antigo Posto Agrário de Tavira, embrião dos serviços desconcentrados do Ministério da Agricultura na região do Algarve, e porta de entrada para o Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT), é repositório de saberes e conhecimento desenvolvido, produzido e transmitido ao longo de décadas. 

Por tudo isto, a DRAP Algarve promove, neste lugar único e privilegiado, uma mostra retrospetiva onde pretende dar a conhecer a sua importância e papel enquanto património coletivo.

O sítio, o edificado, as pessoas e as ferramentas, integrantes de uma narrativa pouco conhecida, serão apresentados sob a forma de um livro e de uma exposição que ficará patente ao público de forma permanente.

O lançamento do livro, por Ignácio Garcia Pereda, investigador (FCT-CEEC) do CIUHCT – Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, mestre em engenharia florestal e doutorado em História da Ciência, irá realizar-se no dia 17 de fevereiro pelas 16h30 na Delegação do Sotavento, em Tavira, em simultâneo com a inauguração da exposição que tendo por base o conteúdo do livro e diversa informação recolhida num trabalho de investigação realizado pelos técnicos da DRAP Algarve, assinala os principais momentos da história do Posto Agrário e divulga um amplo espólio de documentação do arquivo desta Direção Regional, com o objetivo de homenagear a memória e o trabalho de tantos homens e mulheres que ao longo de gerações construíram a história e identidade do atual Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT).

Hoje identificado como Pólo de Inovação da Dieta Mediterrânica na agenda de inovação para a agricultura 2030, esta importante instituição do panorama administrativo do governo de Portugal foi durante muito tempo uma das principais entidades de promoção da ciência agrária, fora de Lisboa, desempenhando um papel fundamental na investigação agronómica portuguesa.

A realização desta publicação e a sua subsequente divulgação, consubstancia a importância deste manancial cultural, e que pela natureza das mesmas dará mais visibilidade ao que esta temática representa na região do Algarve.

A DRAP Algarve pretende ainda, com a instalação da exposição no CEAT, fixar um ponto de passagem para o turismo, em articulação com os circuitos de visita a desenvolver no espaço, que se pretende que passe a ser uma parcela estruturante da identidade da região. A exposição constitui um ponto de interesse que estimula a visita e valoriza o edifício, e enriquece a oferta cultural da região durante todo o ano.

Esta noção de museu ativo, que se “alimenta” da comunidade em que se insere, oferece outras potencialidades, nomeadamente ao nível da sua sustentabilidade e da sua gestão. Uma gestão de proximidade, alicerçada na sua entidade de tutela.

Este património técnico e científico, cultural e singular, é assim dado a conhecer para que desta forma possamos valorizar e salvaguardar o legado histórico de um passado recente, que sirva também de referência e inspiração às gerações futuras.