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As alterações climáticas têm sido um dos maiores desafios da Agricultura, nomeadamente no Algarve, com acentuado aumento da temperatura, menor precipitação e aumento dos fenómenos climáticos extremos. A alfarrobeira, devido às suas características de resiliência a solos pobres e climas secos, tem sido uma das respostas a esta demanda climática na região e, com base nisso, a CCDR Algarve, I.P. | Agricultura e Pescas irá promover, no próximo dia 16 de maio, o seminário “A Alfarrobeira perante os Desafios Climáticos do Futuro”, a decorrer no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, pelas 15h00.

A valorização de recursos genéticos tradicionais, novas culturas e gestão de água de rega em contexto de alterações climáticas, enquadram o mote da iniciativa. Os desafios da produção de alfarroba, boas práticas a adotar, a conservação do solo e da água, os principais inimigos da cultura da alfarrobeira e o contributo do setor para a sustentabilidade do território são os principais painéis do Seminário, que reunirá um quadro de produtores, técnicos e especialistas da Universidade do Algarve, CCDR Algarve, AGRUPA (Agrupamento de Produtores de Alfarroba e Amêndoa, CRL) e Viveiro Mil Plantas.

A apresentação do livro, recentemente editado pela CCDR Algarve I.P., “Pomar de Sequeiro” marcará o encerramento desta iniciativa, uma obra que se promove também com o principal objetivo de sensibilizar para o valor patrimonial e socioecónomico do Pomar de Sequeiro, o Algarve das nossas memórias e que se pretende agora que continue a ser uma paisagem real, sustentável, mas também inovadora.

Este seminário é uma iniciativa dos projetos Agro + Eficiente, aprovados no âmbito do PRR/Agenda de Investigação e Inovação para a Sustentabilidade da Agricultura, Alimentação e Agro – Indústria (Projetos I&D+I – Adaptação às Alterações climáticas) e que pretendem implementar estratégias de adaptação para mitigar o impacto destas alterações na agricultura da região do Algarve.

Consulte aqui o PROGRAMA (PDF). 

29.04.2024

*Artigo da autoria dos técnicos da CCDR Algarve, I.P., Sandra Germano e Celestino Soares


"Foi detetada pela primeira vez na Europa em Espanha em 2020, chegando a Portugal em dezembro de 2022 no Algarve, onde inicialmente foi detetada em limoeiros e mióporos.

A praga Scirtothrips aurantii pertence à família dos tisanópteros, conhecida vulgarmente por tripe. Esta espécie foi descoberta por Faure em 1929 na África do Sul, durante a recolha de espécies com elevada importância económica em citrinos nos anos 20 (Gilbert e Bedford, 1998). Trata-se de uma espécie polífaga, já tendo sido reportada em mais de 70 espécies, entre elas vinha, manga, abacate e uva, no entanto, o principal hospedeiro são os citrinos, nomeadamente a laranjeira (Citrus sinensis). Foi detetada pela primeira vez na Europa em Espanha em 2020, chegando a Portugal em dezembro de 2022 no Algarve, onde inicialmente foi detetada em limoeiros e mióporos. Encontra-se classificada como uma praga de quarentena da União Europeia. Atualmente encontra-se presente em cerca de 20 países.

Esta praga tem sido assinalada em diversas zonas da região do Algarve encontrando-se predominantemente na cultura dos citrinos.

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária após a identificação desta espécie em território nacional emitiu o Despacho n.º 17/G/2023, de 23 de fevereiro, estabelecendo Zonas Demarcadas para este inimigo, assim como as medidas a aplicar nestas zonas. No site da DGAV é possível aceder a informação atualizada sobre esta temática (https://www.dgav.pt/plantas/conteudo/sanidade-vegetal/inspecao-fitossanitaria/informacao-fitossanitaria/scirtothrips-aurantii).

Do ponto de vista morfológico os Scirtothrips spp. passam por 5 estágios de desenvolvimento: ovo; dois estágios imaturos onde se alimentam ativamente, conhecidos como primeiro e segundo estágio larvar respetivamente; dois estágios imaturos onde não se alimentam, conhecidos como pré-pupa e pupa; e por o último, o estágio adulto alado onde se alimentam ativamente (Gilbert e Bedford, 1998). O ciclo é contínuo, sem diapausa, sendo o desenvolvimento mais lento quando as temperaturas são baixas e existe escassez de alimento. O ciclo de vida pode durar 18 dias no verão e 44 dias no inverno (Gilbert e Bedford, 1998). Os Scirtothrips spp. podem ser vetores de vírus.

As fêmeas possuem coloração amarela pálida a alaranjado, antenas com 8 segmentos, e bandas escuras acastanhadas nos segmentos abdominais e medem cerca de 0.6-1.1 mm de comprimento. As fêmeas da S. aurantii inserem os seus ovos nas folhas jovens, ramos e frutos utilizando o seu ovipositor em forma de serra. Os machos são similares às fêmeas (Foto 1), mas mais pequenos com um comprimento de cerca de 0.8 mm. Os machos desta espécie diferenciam-se de outros por terem um tergito abdominal IX um par largo e escuro de processos laterais e pela presença de uma fila de 6 setas fortes na margem superior do fémur das patas traseiras (Ficha divulgativa, 2022).

Os estragos provocados por esta espécie estão diretamente relacionados com a sua alimentação. Tanto os adultos como as larvas alimentam-se das células epidérmicas das folhas jovens, pedúnculos e ápice de jovens frutos, especialmente junto ao cálice (Milne e Manicom, 1978), não se alimentando de folhas maduras.

Marcas prateadas de sucção podem ser observadas no limbo na superfície das folhas jovens, que apresentam escarificações e cicatrizes alargadas localizadas junto à nervura principal ou no bordo do limbo (Foto 2). Durante o crescimento da folha a parte afetada não cresce, dando origem a deformações mais ou menos pronunciadas com espessamento linear da lamina foliar que passa a cor acastanhada e pode originar a queda de folhas prematura. Na base do fruto gera uma cicatriz superficial, formando um anel à volta do pedúnculo que aumentam com o crescimento do fruto (MacLeod e Collins, 2006; EFSA PLH Panel, 2018) (Foto 3). Folhas com estes sintomas também podem conter pequenos pontos pretos. Um ataque severo em folhas novas pode reduzir substancialmente a produção do ano seguinte (Kamburov, 1991). As variedades Navel são consideradas as mais suscetíveis a S. aurantii (Gilbert e Bedford, 1998) (…)."

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de fevereiro 2024

29.04.2024 | Os roteiros “aMar a Terra” são uma iniciativa da CCDR Algarve, I.P. – Agricultura e Pescas que pretende divulgar projetos de investimento na região do Algarve nas áreas do agroalimentar e da economia do mar e que são apoiados por fundos europeus, sendo exemplos de contributo para a coesão territorial e diversificação da base económica regional. Estes roteiros visam divulgar o que de melhor se está a fazer em termos de inovação, empreendedorismo, sustentabilidade e valorização dos recursos endógenos.

Hoje é dia de destacar o projeto da Alvostral, uma empresa de referência no mercado português da aquacultura e que tem em muito contribuído para a dinamização da região do Alvor enquanto zona de eleição para a produção ostrícola no Algarve.

A Alvostral foi fundada em 2012 e está sediada na reserva natural da Ria de Alvor, concelho de Lagos. A sua atividade passa pela aquacultura, produção, transformação, acondicionamento e comercialização de bivalaves, nomeadamente ostras. Para o desenvolvimento da sua atividade, possui atualmente licença para doze concessões, localizadas em Vale da Lama, numa área conjunta total de 10hectares. A peculiaridade das marinhas da Ria de Alvor, pelas suas condições hidrográficas, salinidade e riqueza de fitoplâncton, torna-as ideais para o desenvolvimento de uma ostreicultura.

Apoiada pelo Programa Operacional Mar2020, medida Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura (P02M01), a empresa trabalhou no aumento da sua competitividade e viabilidade melhorando a qualidade dos produtos por aplicação de técnicas de maneio adequadas e introdução de novas tecnologias, e diminuindo os custos de estrutura por unidade produzida, com sistemas que contribuíram para a melhoria da eficiência energética.

A operação foi aprovada para um investimento elegível de 353.499,22€, apoiado pelo Mar2020 em 50% e com uma taxa de execução de 87%.

No contexto das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, a Presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve dirigiu uma carta de saudação aos Presidentes de Câmara e de Assembleia Municipal de cada Município, eleitos locais em representação das populações dos 16 Municípios, saudando as cerimónias alusivas ao Dia da Liberdade, data que mudou o regime político até então vigente, iniciando uma nova fase da nossa história política.

Na carta destaca-se ser a descentralização administrativa um pilar crucial na afirmação da autonomia do poder local em relação ao poder central, num processo que tem fortalecido as políticas de proximidade, designadamente nas acessibilidades municipais e locais, acesso à habitação, melhoria das políticas públicas locais na área da educação, área social e cultura, abastecimento de água, saneamento, em geral nos diversos índices de qualidade de vida, deslocando os centros de deliberação e decisão para municípios e freguesias: "O município é a célula primordial do poder local descentralizado", escreveu Júlio de Almeida Carrapato, evocado na referia carta.

Assinalar meio século do 25 de Abril de 1974 é reconhecer a importância do Poder Local Democrático e dos autarcas eleitos na defesa dos legítimos anseios das populações, defendendo ainda que uma autarquia regional deve e tem de ser construída com a participação das populações e das autarquias locais.

Neste contexto, especial significado assume o contributo da Universidade do Algarve, criada na Assembleia da República por iniciativa e proposta de deputados eleitos pelo Algarve, com um papel determinante na promoção e difusão do conhecimento, no acesso ao ensino superior, nas qualificações e na investigação, com um impacto económico muito significativo na região.

Esta celebração é também uma oportunidade para refletir sobre os desafios atuais e futuros na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, destacando o papel fundamental da União Europeia e dos Fundos Europeus na coesão e desenvolvimento regional, no emprego e competitividade, na qualidade de vida dos cidadãos, ainda que reconhecendo a necessidade contínua de enfrentar assimetrias territoriais, promover a inclusão social, a melhoria dos cuidados de saúde, o acesso à cultura e à fruição cultural, diversificação económica, mantendo a liderança nacional no turismo, as alterações climáticas e a gestão inteligente da água.

Este é o tempo de valorizar o percurso já percorrido. Desde a entrada em pleno de Portugal na união europeia, no início de 1986, a Europa está bem presente na nossa Região.

Dados recentes, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística, indicam no final de 2022 o rendimento per capita no Algarve representava 89,5 % da média da união europeia, tendo condições para alcançar até 2029 um rendimento per capita de 95 % da média comunitária. Tempo, pois, de mobilizar os diversos intervenientes da região para conseguir o uso eficaz, participado, eficiente, coerente e articulado, rigoroso, valorizando a competitividade, as empresas, a inovação e o emprego mais qualificado, na aplicação dos Fundos Europeus no Algarve.

A Presidência da CCDR Algarve reitera nesta ocasião o compromisso em colaborar com todos os eleitos locais e trabalhar em prol da região e do país, em articulação entre as orientações do Governo e um diálogo e concertação muito próxima com as entidades regionais, a Universidade e associações sectoriais, bem como os Municípios e Freguesias.

A Presidência da CCDR Algarve saúda o 25 de Abril e destaca o papel dos Municípios e das Freguesias na melhoria da qualidade de vida e resposta aos anseios das populações.

Leia aqui a carta dirigida aos autarcas dos 16 Municípios e ao Conselho Regional da CCDR Algarve, I.P.