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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I.P assinalou o Dia Mundial da Alimentação, com um Seminário alusivo ao tema de 2024 - “Direito aos Alimentos para uma vida e um futuro melhores”, copromovida com a Universidade do Algarve (UAlg) e o apoio do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Com o principal objetivo de refletir e destacar estratégias que contribuam para uma maior disponibilidade e diversidade alimentar, esta iniciativa focou-se na promoção de conhecimentos, competências e valores da Dieta Mediterrânica, trazendo diferentes painéis e abordagens, desde a criação de sistemas alimentares territoriais sustentáveis, passando pela segurança alimentar, a história dos alimentos, até à inovação gastronómica, num conjunto de conceitos e planos concretizados em projetos como o Revitalgarve ou o Host Lab. Todas as apresentações estão disponíveis abaixo.

Para além das apresentações, houve oportunidade para conhecer os produtos do projeto Host Lab, que tem aportado inovação a conhecidos produtos e alimentos da Dieta Mediterrânica, apresentado novas conceções, como azeite para barrar, creme de queijo de cabra e semifrio de alfarroba. A Universidade do Algarve promoveu também uma exposição de posters, um trabalho desenvolvido pelos alunos de Agronomia, no âmbito das raças autóctones da região e das variedades tradicionais de fruteiras, estas últimas em exibição no local.

A iniciativa contou também com um momento de demonstração de uma fumagem das “Churritas”, produto desenvolvido a partir da carne de ovinos da raça Churra Algarvia, no âmbito do projeto Revitalgarve, uma iniciativa de várias instituições públicas e privadas cofinanciadas pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que procura promover a sustentabilidade e o aproveitamento dos recursos endógenos da região algarvia.

O Dia Mundial da Alimentação foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1979 no âmbito da 20.ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A efeméride é assinalada desde 1981 com o objetivo de promover a reflexão sobre a problemática da fome e o desenvolvimento de ações efetivas que garantam uma melhor gestão da alimentação a nível mundial.

Apresentações 

O projeto que continuou a revitalização das Fruteiras Tradicionais do Algarve, FRUIT MED., foi debatido no Centro de Experimentação Agrária de Tavira no passado dia 11 de outubro.

Este projeto nacional, desenvolvido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I.P. | Agricultura e Pescas, representou um significativo investimento na área da preservação dos recursos genéticos e assentou maioritariamente num trabalho de caracterização de variedades tradicionais de fruteiras algarvias, tendo também uma componente de melhoramento da pera Rocha, sendo financiado pelo PDR 2020.

A sessão de abertura contou com o Vice-presidente da CCD Algarve, I.P., Pedro Valadas Monteiro, e com a Subdiretora Geral da Alimentação e Veterinária, Paula Cruz Garcia, seguindo-se as apresentações técnicas das diferentes abordagens deste projeto, desenvolvido em sete coleções de fruteiras, que englobam a alfarrobeira (44 entradas), a amendoeira (112 entradas), a figueira (97 entradas), a nespereira (29 entradas), a macieira/pero de Monchique (32 entradas),a romãzeira (82 entradas) e a laranjeira (93 entradas).

A iniciativa contou ainda com uma demonstração da poda em figueira, orientada por Rui M. de Sousa, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.

Todas as apresentações foram gentilmente disponibilizadas pelos oradores: 

Sobre as Coleções de Fruteiras Tradicionais do Algarve:

As Coleções de Fruteiras têm um elevado interesse patrimonial e cultural, procurando preservar as variedades tradicionais que tendem a desaparecer, mas que são representativas da identidade da região algarvia e muito importantes para a obtenção de novas variedades.

Uma “Arca de Noé” da biodiversidade da agricultura algarvia, estas coleções de fruteiras são um dos acervos mais representativas a nível nacional e resultado do trabalho de prospeção, preservação e caracterização, desenvolvido principalmente na última década e meia, pelos técnicos da área da agricultura.

Intervenção Territorial Integrada (ITI) Água e Ecossistemas da Paisagem | Alentejo e Algarve mobilizam-se em iniciativa pioneira sobre Água, Biodiversidade e paisagem

As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Rural (CCDR) do Algarve e do Alentejo formalizaram, na Biblioteca Municipal de Ourique, a instalação do Conselho Consultivo “ITI Água e Ecossistemas da Paisagem”.

O projeto “ITI Água e Ecossistemas da Paisagem” une duas NUTS, duas regiões, duas CCDRs, dos Programas Regionais da política de coesão, numa cooperação que visa a promoção de estratégias integradas para a gestão sustentável dos recursos hídricos e ecossistemas de paisagem em territórios, onde se identificam desafios, necessidades e recursos comuns.

A intervenção envolve 17 concelhos e 31 freguesias e um conjunto de entidades que atuam no território, como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) – Administrações das Regiões Hidrográficas do Algarve e do Alentejo, Associações para o Desenvolvimento Local (ADL), três Comunidades Intermunicipais, Associações de Regantes, Universidade do Algarve e Instituto Politécnico de Beja, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O Conselho Consultivo atualmente formalizado terá como missão apoiar e orientar as ações do projeto, assegurando a sua consonância com as melhores práticas e políticas ambientais, além de garantir uma visão ampla e participativa para o alcance dos objetivos do plano de ação.

O plano de ação apresenta catorze projetos estruturantes que incidem sobre a proteção dos recursos hídricos e gestão dos riscos associados à água e contribuam para aumentar a resiliência e reduzir as vulnerabilidades do território às alterações climáticas, aprofundar o conhecimento e disseminar a informação sobre os efeitos das alterações climáticas e seus impactes no território, nas pessoas e nos diversos setores de atividade.

Apresentado o plano de ação, a abertura de candidaturas é agora o próximo passo, sendo que a dotação indicativa afeta à ITI Água e Ecossistemas da Paisagem é de 52,8 Milhões de Euros (M€), provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), repartidos por cada um dos Programas Regionais da seguinte forma: Programa Regional ALGARVE 2030 - 32,5M€ e Programa Regional Alentejo - 20,3M€.

A instalação do Conselho Consultivo contou com as apresentações do Plano de Ação ITI, por Lurdes Carvalho, da CCDR Algarve, e do Modelo de Governação, por Joaquim Fialho, da CCDR Alentejo.

No encerramento, as intervenções de Ana Cardoso, da Direção-Geral da Política Regional e Urbana da Comissão Europeia, Pimenta Machado, da APA, José Apolinário, CCDR Algarve, e António Ceia da Silva, CCDR Alentejo, que reforçaram a origem territorial e em rede desta intervenção com financiamento de múltiplos objetivos estratégicos e da possível complementaridade com outros fundos (PRR, Interreg, Fundo Ambiental), bem como a particularidade deste ser um projeto que nasceu do território, a partir das associações de desenvolvimento local, para as políticas públicas.

Iniciativa inovadora à escala nacional e europeia , a sua adoção obrigou à previsão desta intervenção temática “água e paisagem” no quadro do acordo de parceria Portugal 2030.

"De uma forma genérica, pode dizer-se que as variedades tradicionais resultam de um processo de seleção dirigido pelas populações utilizadoras dos recursos vegetais, tendo como base a variabilidade genética das espécies oferecida pela natureza. Estes processos repetem-se ao longo de gerações no sentido de uma adaptação cada vez mais apurada dos genótipos às condições naturais do local em que são cultivados, quer a nível de solo quer a nível de clima, de forma a maximizar a capacidade produtiva ou a tirar partido de caraterísticas de interesse, como por exemplo o sabor, a resistência à seca ou a determinada praga ou doença."

Neste artigo, publicado na Revista Voz do Campo [n.º 285 Out‘24], fala-se da preservação e estudo das variedades tradicionais no quadro resultante das alterações climáticas, da autoria dos técnicos da CCDR Algarve, I.P. | Agricultura e Pescas, Luís Filipe Cabrita e António Marreiros. 

Leia aqui o artigo completo.